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25 dezembro 2010

"Adorável pecadora", de George Cukor

Marilyn Monroe canta My heart belongs to Daddy, música e letra de Cole Porter, numa sequência de Adorável Pecadora (Let's make love, 1960), das umas melhores comédias de George Cukor.



Neste Natal. tirei da minha tosca deveteca esta jóia de comédia que é Adorável Pecadora (Let's make love), de George Cukor, que a comprei em disquinho há alguns anos motivado por sua lembrança quando a vi pela primeira vez, ainda garoto, aos 11 anos, em 1961, um ano depois de sua realização, no cinema Guarany, em Salvador. Marilyn Monroe, extremamente sexy, ainda que um pouco gorda para os padrões atuais (mas, quem gosta de osso?), está radiosa, e sua visão para um adolescente provocou uma espécie de tsunami erótico. O filme começa com aquelas fanfarras da Fox (que Alain Resnais as utiliza em Ervas daninhas/Les herbes folles). Sempre achei essas fanfarras emocionantes, principalmente depois que vieram acompanhadas do em CinemaScope (os filmes neste formato estão sendo destruídos pelos canais televisivos, mesmo aqueles que se dizem cults).

Yves Montand é um milionário que, indo investigar pessoalmente um show onde ele é satirizado em sua vida de playboy, acaba por se apaixonar pela cantora e atriz, que é interpretada por ninguém menos do que Marilyn Monroe. A paixão o leva a se candidatar para fazer o seu próprio papel, apesar dos avisos em contrário de seu conselheiro Wilfrid Hyde-White. Para ter sucesso no teste, já que está longe de ser um comediante, pede ajuda a Gene Kelly, Bing Crosby e Milton Berle, que aparecem no filme com suas próprias identidades.

Cukor leva tudo com luva de pelica, com a sua finesse peculiar, e o resultado é surpreendente. Montand, casado com Simone Signoret, não resistiu aos apelos de Marilyn e teve, durante as filmagens, um affair com ela. Mas Signoret, aborrecida a princípio, perdoou o marido, e ficaram casados até a morte dela. 

Embora não creditado, o dramaturgo Arthur Miller, que estava casado, na época, com Marilyn, deu palpites no roteiro. A partitura é de Lionel Newman. E no elenco tem ainda Tony Randall.

Um comentário:

Jonga Olivieri disse...

Um grande filme, uma Marilyn inesquecível em seu sex appeal... Uma direção segura de Cukor.
Um bom presente de Natal. Ou melhor auto-presente!